sexta-feira, 30 de novembro de 2012

História do abastecimento de água em Belo Horizonte - II

Tubos para a rede

O relatório do Prefeito Bernardo Pinto Monteiro, relativo ao período compreendido entre setembro de 1899 e setembro de 1900, dá conta, em sua página 23, de uma compra de tubos:


E lembrem que se utilizava os canos de chumbo. A quantidade é pouco menos que a metade dos canos de ferro. Não são utilizados mais tubos de chumbo nas redes de abastecimento, pelo risco que oferecem à saúde.

A disponibilidade de água

Um dos fatores que inclinou os membros constituintes da CCNC (Comissão de Construção da Nova Capital) para a escolha da região em que seria construída a Cidade de Minas (BH) foi a quantidade de mananciais que banham estas nossas paragens. Já nesta época os administradores da cidade reclamavam que o povo esbanjava água. Começou então uma discussão em torno da melhor forma de restringir o consumo exagerado, através de ...

Formas de limitação de consumo e medição

A população, e em geral as pessoas normais, acham que a água cai do céu (Leia mais). No entanto, ao entrarmos no século XX, observamos que a população cresce de forma acelerada, pela maior oferta de conforto e da própria organização das cidades, fim da monarquia, etc.

Dois métodos foram sugeridos com o fim de limitar e medir o consumo:

  • A pena d'água;
  • Hidrômetro;
Reparem que a discussão é bem antiga. Tem mais de cem anos. Em uma coletividade em que os recursos são compartilhados, é preciso administração. Foi assim que impérios como o Egípcio e o Assírio cresceram e se mantiveram durante anos e anos.

O relatório do Prefeito Bernardo Pinto Monteiro, relativo ao período compreendido entre setembro de 1899 e setembro de 1900, dá conta, em sua página 26, das hipóteses para medição e limitação do consumo de água:



A pena d'água

Este era um dispositivo com um diafragma e um orifício que limitava a vazão da água. Ou seja, não havia medição, mas uma diminuição do fluxo, que fazia com que a pessoa consumisse somente o volume que conseguia fluir pelo dispositivo.

O Hidrômetro

O hidrômetro é um dispositivo composto de peças rotativas, engrenagens e redutores que apresenta o consumo em uma escala, por meio de "relógios".


Os primeiros hidrômetros eram inteiramente mecânicos, e utilizavam tecnologia oriunda dos relógios. A leitura era feita na escala inferior. A medida era dada pela diferença da escala em relação à leitura anterior.

Um comentário do relatório, em sua página 27, demonstra a ordem de grandeza dos consumidores na época:


O prefeito estava tranquilo tendo 450 hidrômetros em estoque para colocar nos imóveis que precisavam de medição. Imagine a quantidade que se teria que ter hoje, com nossos 2.800.000 habitantes.

Residências e industrias

As ponderações em torno da medição e da cobrança levaram à uma classificação dos consumidores em Residenciais e Industriais (padarias eram consideradas indústrias). 

A tabela de tarifas por consumo

Em suas páginas 27 e 28, o relatório traz os valores a serem cobrados por consumo:

 

A modalidade de torneira livre significava que o consumidor pagava um valor fixo, e podia consumir o volume de água que quisesse.






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