terça-feira, 16 de outubro de 2012

Civilizações marítimas e fluviais- A água vem do cano

É consenso que uma civilização se desenvolve a partir do momento em que atinge o bem-estar. O bem-estar  é obtido, em primeiro lugar, quando o grupo humano em foco consegue os meios para sua subsistência, ou seja, uma fonte de alimento constantemente disponível (extrativismo e caça) ou o exercício da atividade agrícola. Tanto o extrativismo quanto a caça e a agricultura só são possíveis quando na região em que esta civilização está surgindo existe a disponibilidade de recursos hídricos na forma da água doce.

A civilização marítima não pode ser marítima de origem, mas de exercício de sua atividade em função de bases fluviais, dado que o ser humano não pode consumir água salgada. Existe a necessidade de núcleos populacionais próximos à foz dos rios.

Portanto, a água é a base do bem-estar que proporciona o desenvolvimento de uma civilização. Esta percepção já está nublada por séculos de construção de estruturas conjunturais sobre infra-estruturas de aproveitamento de recursos. A água ficou para trás. Fala-se em redes de distribuição de água e redes de coleta de esgoto. É possível ouvir respostas à pergunta "De onde vem a água" do seguinte tipo:

A água vem dos canos

Dos canos ela vem, após muito trabalho, muito tratamento, muito controle e muita legislação.

Nós somos uma civilização com origens em recursos naturais. Como muitas gerações se sucederam sobre outras, os afazeres, as tradições e os rituais apagaram da mente do homem os mecanismos da origem dos grupos humanos, até a unificação política e a formação das fronteiras e dos países.

A energia elétrica é até considerada mais importante, pois movimenta uma parafernália de produtos eletrônicos que são considerados os itens de bem-estar e entretenimento. A consciência foi substituída pela preocupação em bem-estar de passatempo. Tudo porque o homem esqueceu de suas origens, e da luta pelo saneamento e tratamento da água.

Não falaremos mais nada. Apenas pense.

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