Até a algum tempo atrás, não entendíamos a razão de uma falta de energia elétrica, durante uma chuva forte em nossa cidade, causar a falta de água.
A água corre (o melhor seria dizer flui) no interior de canos, e debaixo da terra. Já os cabos de energia elétrica da CEMIG (estado de Minas Gerais) estão no alto dos postes. Qual é a relação entre um e outro?
Os municípios da região mais central do nosso país (Brasil) estão em regiões montanhosas, e as fontes de água nem sempre estão bem próximas destes municípios. O meio de transporte da água são os canos. O que acontece quando os canos que vem das fontes encontra, no meio do caminho, uma serra, uma cadeia montanhosa, um morro ? Como é que é feito ?
Por vezes, contornar um morro dá um custo muito grande. Será preciso utilizar alguns quilômetros de canos. Além disto, a água, na última etapa para chegar às nossas caixas de água, precisa vir de uma altura superior a esta caixa de água. E a altura que os canos devem estar nesta etapa deve ser superior à altura da maior edificação do munícipio atendido. Em resumo, a água tem que vir do alto.
Mas se a fonte de água está abaixo da altura que é necessária, o que fazer ? É preciso fazer com que a água suba pelos canos. E isto é feito com poderosas Bombas Hidráulicas, em uma estação denominada ESTAÇÃO ELEVATÓRIA.
Conclusão
Se a água precisa subir pelos canos, e precisamos utilizar bombas para isto, a bomba precisará de algum tipo de energia para funcionar. No caso das bombas hidráulicas, a energia utilizada é a elétrica. Portanto, se esta energia faltar na ESTAÇÃO ELEVATÓRIA, vai faltar água nas residências dos municípios servidos pela rede de água em questão.
Consumidor e cidadão, jornalista e comunicador, administrador e gerente, quando faltar água durante uma chuva forte, procure saber se é devida à falta de energia elétrica, antes de ligar para a sua Companhia de Águas para reclamar.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
História do Aproveitamento da Água II - Mesopotâmia
"As primeiras civilizações eram basicamente agrárias".
A interpretação desta frase leva o leigo a imaginar os antigos em tangas, plantando, colhendo e se alimentando, e só. Idéia incompleta. O material de construção e suporte a uma série de tecnologias também vinha da extração vegetal: a madeira. Os bambus também, da família das gramíneas, eram parte da base tecnológica para tratar do assunto fundamental para uma civilização agrária: a água.
Então, analisando a cadeia:
Atividade agrária => madeira => água
e sabendo desde já do uso feito da madeira e dos bambus, constatamos que a tecnologia de desenvolvimento era fornecida pela água.
Acrescente-se o fato de que os tijolos eram feitos de barro, com um reforço estrutural de palha, em uma mistura a base de água.
Portanto, a água era sobrevivência e também tecnologia.
E na história, onde situamos este tipo de aproveitamento da água ? No sexto milênio ANTES DE CRISTO surgiram as civilizações da Mesopotâmia, nome este advindo do fato de que esta região fica entre os rios Tigre e Eufrates, sua fonte de água doce. Mas cuidaremos de descrever aquelas civilizações com organização e burocracia suficientes para gerir os recursos hídricos, e o leitor verá que esta gerência não era primitiva. Aliás, é o momento de tirar da mente esta idéia de que os povos antigos eram primitivos.
No código de Hamurabi, em 2250 antes de Cristo, aparece a citação de que deveriam ser feitas provisões de água para cobrir o período de sua escassez. Existiam leis não só cobrindo o seu armazenamento mas também instruindo sobre a sua distribuição (Principles of Irrigation Engineering, Newell, Frederick Haynees e Murphy, Daniel William).
Diques
O primeiro recurso para lidar com a escassez de água são os diques. Se a região em questão tiver um regime de chuvas razoável, é possível armazenar a água correspondente a ele. Na mesopotâmia não se tem registro de diques construídos nos tempos dos antigos impérios.
Canais de Irrigação
Existem evidências oriundas de fotos de satélite de que os povos do rio Nilo e da Mesopotâmia, bem como Indianos e Chineses já utilizavam deste recurso para a distribuição da água à distância. O mesmo vale para nossas civilizações daqui da América do Sul.
Na Mesopotâmia o clima era seco, com chuvas imprevisíveis e violentas, capazes de destruir as habitações. A irrigação fornece um período adicional de colheitas. Somente a região Norte da Mesopotâmia possuía regime de chuvas capaz de manter o suprimento necessário de água para colheitas. E nesta região o solo não era tão fértil. Já no sul, o solo era fértil, mas as chuvas insuficientes.
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Fonte:
Automated Archeological Survey of Ancient Irrigation Canals (Department of Computer Science & Engineering - Washington University in St Louis)
A interpretação desta frase leva o leigo a imaginar os antigos em tangas, plantando, colhendo e se alimentando, e só. Idéia incompleta. O material de construção e suporte a uma série de tecnologias também vinha da extração vegetal: a madeira. Os bambus também, da família das gramíneas, eram parte da base tecnológica para tratar do assunto fundamental para uma civilização agrária: a água.
Então, analisando a cadeia:
Atividade agrária => madeira => água
e sabendo desde já do uso feito da madeira e dos bambus, constatamos que a tecnologia de desenvolvimento era fornecida pela água.
Acrescente-se o fato de que os tijolos eram feitos de barro, com um reforço estrutural de palha, em uma mistura a base de água.
Portanto, a água era sobrevivência e também tecnologia.
E na história, onde situamos este tipo de aproveitamento da água ? No sexto milênio ANTES DE CRISTO surgiram as civilizações da Mesopotâmia, nome este advindo do fato de que esta região fica entre os rios Tigre e Eufrates, sua fonte de água doce. Mas cuidaremos de descrever aquelas civilizações com organização e burocracia suficientes para gerir os recursos hídricos, e o leitor verá que esta gerência não era primitiva. Aliás, é o momento de tirar da mente esta idéia de que os povos antigos eram primitivos.
No código de Hamurabi, em 2250 antes de Cristo, aparece a citação de que deveriam ser feitas provisões de água para cobrir o período de sua escassez. Existiam leis não só cobrindo o seu armazenamento mas também instruindo sobre a sua distribuição (Principles of Irrigation Engineering, Newell, Frederick Haynees e Murphy, Daniel William).
Diques
O primeiro recurso para lidar com a escassez de água são os diques. Se a região em questão tiver um regime de chuvas razoável, é possível armazenar a água correspondente a ele. Na mesopotâmia não se tem registro de diques construídos nos tempos dos antigos impérios.
Canais de Irrigação
Existem evidências oriundas de fotos de satélite de que os povos do rio Nilo e da Mesopotâmia, bem como Indianos e Chineses já utilizavam deste recurso para a distribuição da água à distância. O mesmo vale para nossas civilizações daqui da América do Sul.
Na Mesopotâmia o clima era seco, com chuvas imprevisíveis e violentas, capazes de destruir as habitações. A irrigação fornece um período adicional de colheitas. Somente a região Norte da Mesopotâmia possuía regime de chuvas capaz de manter o suprimento necessário de água para colheitas. E nesta região o solo não era tão fértil. Já no sul, o solo era fértil, mas as chuvas insuficientes.
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Fonte:
Automated Archeological Survey of Ancient Irrigation Canals (Department of Computer Science & Engineering - Washington University in St Louis)
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